"Acordo todas a manhãs com este zumbido e a certeza que não vais voltar.
Cansada de me convencer que, apesar e acima do teu individualismo, estava a tal inevitabilidade a que nos subtemos e chamamos amor, pensei que, com todo o amor que sentia por ti, te iria suavizar e de alguma forma fazer parte do teu equílibrio, tornamdo-me subtilmente indispensavel.
Nunca pensei enganar-me tanto. Mas só agora percebo que o teu amor por mim não foi uma inevitabilidade, mas uma escolha.
Alguém que te chamou a atenção e que, um dia, decidis-te atravessar, com a inuição certeira de um animal selvagem que procura refuguio temporário, quando está cansado.
Sei que não vinhas a fugir de nada, nem á procura de coisa nenhuma. Mas acho que quando eras pequeno, te arrancaram uma parte de ti, e desde então ficaste incompleto e perdes-te, quem sabe para sempre, a capacidade de adormecer no braços de alguém sem que penses no perigo de ficar na armadilha do carinho para todo o sempre."
Margarida Rebelo Pinto
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